Um dia vi uma reportagem num programa dominical, sobre um casal que vivia isoladamente no interior do Maranhão. O repórter fez uma pergunta... "Se eles eram felizes?" Sem pensar categoricamente responderam "...
Confesso que de imediato após ouvir a resposta, me surgiu uma critica, mas ao mesmo tempo, me fez refletir que passamos a vida e muitas das vezes dispersos de mais, buscando certa "felicidade" na qual nem entendemos direito. Mas como seria essa felicidade?
Nunca a lua está ao alcance de nossas mãos. Nunca o fruto está maduro, nunca o vinho está no ponto.
Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema, queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton ou uma temporada num hotel cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah! o amor… não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno, queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda à domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito, e mesmo assim, nunca estamos satisfeitos.
Mas, há uma forma melhor de viver. A partir do momento em que decidimos ser feliz, nossa busca pela felicidade chegou ao fim.
É quando percebemos que a felicidade não está na riqueza material, na casa nova, no carro novo, naquela carreira, naquela pessoa. E jamais está à venda.
Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nós para ter alegria, estamos fadados à decepção. A felicidade não tem nada a ver com conseguir, e sim, viver!
Consiste em satisfazer-nos com o que temos e com o que não temos. Poucas coisas são necessárias para fazer feliz o homem sábio, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaria a um inconformado.
As necessidades de cada um de nós são poucas. Enquanto nós tivermos alguma coisa a fazer, alguém a amar, alguma coisa a esperar, seremos felizes.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
"...Um dia ouvimos falar que viver é aprender e que as grandes coisas é que não dão certo e sim os pequenos detalhes, nosso mundo é esse, ou seja... Vivemos grandes detalhes de pequenas coisas. Essa é a nossa felicidade..." Talvez ao isolar-se o casal encontrou uma multidão de felicidade...
É isso que vou procurar acreditar!
Flávio Vilar.
Agradeço a todos que me ajudaram como fonte de inspiração...